quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ser repórter é...


Hoje, 16 de fevereiro é comemorado o Dia do Repórter. Garimpando pela internet reencontrei um texto muito bacana do jornalista e professor doutor Boanerges Lopes e compartilho parte dele aqui com vcs!!! Parabéns a todos os amigos repórteres!!!


Ser repórter é...

Sair para a rua com a caneta e um pedaço de papel e volta trazendo uma notícia, uma história alegre ou triste que tenha acontecido;

Poder testemunhar a história de todos os tempos e de cada tempo em si;

Algo paradoxal, pois é ao mesmo tempo a mais fácil e a mais difícil maneira de viver a vida;

Muito mais transpiração do que inspiração;

Gastar a vista lendo, lendo, lendo, de bulas de remédios aos clássicos, no intuito de descobrir tantos quantos forem os fatos relevantes,
necessários a gerar boas pautas, ou informações mínimas que sirvam como ponto de partida para se buscar boas reportagens, geralmente calcadas em longas jornadas;

Ter persistência, curiosidade, tenacidade e interesse pelo que faz – e uma baita aptidão para se envolver com pessoas de todos os níveis e fatos os mais
diversos possíveis – de crimes hediondos aos buracos de ruas;

Saber que perguntar não é uma tarefa fácil. E que se a pergunta não for bem formulada pode ofender;

Fugir de perguntas cretinas como lembra Nello Marques: “Você está otimista?” (diante de qualquer disputa); “Qual a sua maior esperança?”
(para a mão que procura um filho desaparecido); “O que mudou na sua vida?” (depois de ganhar algum prêmio ou de um grave acidente);

Assumir-se como a figura humana mais característica do Jornalismo;

Ser capaz de organizar dados num tempo reduzido e apresentá-los para que o maior número de pessoas possa entendê-los;

Entender que uma boa reportagem é fruto de uma observação cuidadosa;

Ter clareza de que o mais importante é a notícia, não o jornalista;

Assumir que o rigor na apuração dos fatos é determinante para a qualidade de qualquer trabalho jornalístico;

Trabalhar em equipe;

Não tratar com humor e humilhação o sofrimento das pessoas;

Não julgar os entrevistados nem querer mudar comportamentos;

Buscar a forma mais simples, mas não simplória, de levar a informação ao público;

Batalhar sempre pela verdade, embora muitas vezes não se saiba o que ela é nem onde está;

Segundo Marcos Faerman: “Ter alma de repórter, alimentando-se do espírito de aventura, fascínio pela descoberta e pela história ainda não contada”;

Segundo Audálio Dantas: “Ter uma certa dose de megalomania, na medida suficiente para acreditar na sua capacidade de mudar o mundo”;

Segundo Acácio Ramos: “aquele que pergunta”;

Segundo Clóvis Rossi: “Batalhar pela conquista das mentes e corações de seus alvos, leitores, telespectadores ou ouvintes para a causa da justiça social,
ingrediente que jamais pode ser dissociado da democracia”;


Não esquecer de comemorar o dia 16 de fevereiro, apesar de todos os pesares. De preferência, “tomando uns goles” ou “entornando uns copos” num pé-sujo mais próximo;

Concordar com o Rossi em gênero, número e grau diante da resposta para a seguinte indagação: Repórteres são ou não seres idiotas?
São, mas às vezes conseguem até ser felizes na sua estranha maneira de viver a vida”.