quarta-feira, 13 de julho de 2011

Tristes histórias de quem migrou para o jornalismo sem diploma (e já se arrependeu)

Hoje recebi um e-mail muito interessante sobre um texto postado no blog Desilusões Perdidas, do jornalista Duda Rangel, então resolvi compartilha-lo com vcs!!!


O pior é que é verdade!!! rsrsrsrs



Sou modelo e meu sonho sempre foi ser famosa. Todo ano me inscrevo para a seleção do Big Brother e já ganhei o concurso Miss Festa da Jabuticaba lá na minha cidade. Quando soube que não precisava mais de diploma para ser jornalista, vibrei: “Chegou a minha vez”. Pedi o registro no Ministério do Trabalho, botei minha minissaia e fui pra capital atrás de uma chance na televisão. E não é que eu arrumei um emprego? Só que até agora nada de fama. O máximo que faço é redigir notas cobertas. Que ironia, logo eu que sempre gostei de me despir! Se isso é ser jornalista, então eu tô fora! Quero ter um programa só meu pra apresentar, ser reconhecida nas ruas. Odeio escrever notinha. Prefiro concentrar minhas energias no concurso Garota Festa do Milho Verde 2011 que tá logo aí.
(Suellen Adriely – Sabará/MG)


A medicina foi a maior decepção da minha vida. Muito trabalho para pouco retorno financeiro. Vocês sabem quanto estes vermes dos planos de saúde pagam por uma consulta? Uma merreca! Você trabalha praticamente de graça aqui no Brasil. É mais vantajoso fazer trabalho voluntário na África. Foi quando resolvi mudar de profissão. Como sempre gostei de escrever, descolei um emprego como repórter em um jornal diário. A desgraça é que nada mudou! Plantões intermináveis, celular que toca no fim de semana e uma miséria no fim do mês. Para ser sincero, acho que até piorou. Não consigo sequer decifrar minha letra no bloquinho de anotações. Antes, isso era um problema dos meus pacientes.
(Mário Sérgio Ponzio – Guarulhos/SP)


Só depois de me formar, em Antropologia, descobri que o mercado de trabalho estava saturado. Todo antropólogo quer viver em alguma tribo indígena, mas o problema é que tem pouca tribo para muito profissional. A solução foi buscar oportunidade em outra área. Por que não o jornalismo? Nem precisa mais de diploma. A idéia da diversidade humana de uma redação também me seduziu. Mas quem disse que arrumo emprego como jornalista? Arrumo nada. Acho que no Brasil tem menos redação do que tribo de índio. Fugi de uma roubada e caí em outra. Um amigo publicitário, que também sofre com a saturação dos mercados, me disse que o lance agora é a construção civil. Com o boom imobiliário, tá sobrando vaga de pedreiro. “Vamos bater laje, Dionísio!” Sou fraco fisicamente, mas até que gosto da idéia da diversidade humana de um canteiro de obras.
(Dionísio Cardoso – São Paulo/ SP)


Quem quiser conhecer o blog Desilusões Perdidas, segue o link


terça-feira, 5 de julho de 2011

Será que a culpa é só do jornalista???

Desde ontem que um dos assuntos mais comentados da internet tem sido o texto do "jornalista" Eugênio Santana para o Jornal da Manhã, de Goiânia. Se vc ainda não leu, abaixo tem o link, basta clicar e ir para o final da página.

http://www.dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20110630&p=16

No primeiro momento, o sentimento foi o de revolta, acho que igual a todos. Quem esse carinha pensa que é, pra vir pra cá e sair daqui falando mal? Amazonense racista? Famigerado Rio Negro? Fui até o dicionário pra ver se não havia aprendido o significado da palavra famigerado errado. Mas bem, durante toda a tarde vi as mensagens de repúdio, publicaram o telefone do cara, eu mesmo postei no twitter: como ele havia conhecido o Aleixo, se trabalhava quase 24h por dia??? Será que foi procurar um traveco na SEFAZ e levou um fora?
Mas depois percebi que ele não era o principal culpado. Pessoas com esse tipo de pensamento pequeno, existem aos montes por aí, sempre falando mal de Manaus, do Amazonas e do povo. Típico de quem se acha uma raça superior, que vem pra cá ganhar dinheiro e depois sai falando abobrinha. Até aqui mesmo entre os manauenses... quem nunca ouviu alguém se queixando de mil e uma coisas como o calor infernal, do povo mal-educado, da sujeira na rua... o fato da revolta é ter sido alguém de fora falar. É que nem aquele comercial de tv,veiculado durante a copa. Brasileiros no bar, falando dos problemas do país, mas quando o argentino se mete e concorda, os caras ficam com raiva.
Não tô defendendo o cara, pra mim, é um tipo de pessoa que envergonha a classe dos jornalistas, que promove a xenofobia e ainda por cima calunia uma cidade e seu povo. Mas, na minha opinião, o principal culpado é o responsável pelo jornal Diário da Manhã. Como um jornal permite a publicação de tamanha bobagem? Não estou pregando a censura. Estou pregando o bom senso. Qualquer chefe de edição, em condições normais de sanidade, vetaria um texto como aquele. Mas não o Diário da Manhã.
A publicação do material coloca em xeque a qualidade de tudo que é publicado. Como vou confiar em um jornal que tem um artigo publicado por "futuros" gerentes de parquinho de shopping??? Que na biografia do autor, traz tanta autopromoção que chega a ficar ridículo.
Responder com ofensas, palavrões, ligar para a casa, mandar e-mail é apenas se igualar a ele. É promover o pensamento mesquinho de alguém que saiu da terra dele, pra aprender como se administra algo, e ao invés de agradecer a oportunidade, se revolta e lança ofensas até mesmo a quem o contratou. Ele precisa aprender a administrar o filtro existente entre o cérebro e a boca.
No texto ele diz que vai "gerenciar" uma filial do Amazonas Play. Se o dono tiver o mínimo de vergonha na cara e respeito pelo povo amazônida, deveria rever o conceito de perfil de funcionário que ele está empregando.
A nossa vida segue. Nossos problemas seguem. A vida dele também segue.
E cabe a nós aprender com esse tipo de pessoa, como não ser!!!!

PS: o “jornalista” tem um blog e ele fez questão de apagar todas as mensagens enviadas pelos leitores. Ele ainda publicou mais um texto que você confere no link abaixo.

http://asasdamemoria.blogspot.com/2011/07/aos-selvagens-e-irasciveis-da-capital.html

sexta-feira, 1 de julho de 2011

#ForçaAnaLuiza - A solidariedade nas redes sociais

Ela tem apenas sete anos, um tipo raro de câncer infantil e conseguiu o feito de mobilizar milhares de pessoas em todo o país através das redes sociais. Para quem acompanha o twitter ou facebook não apenas para lazer mas também com a intenção de ter informações do que acontece ao nosso redor, com certeza já viu a campanha #ForçaAnaLuiza. Não tenho acompanhado o caso tão de perto, mas ontem pela primeira vez, vi o tópico ficar entre os mais comentados no trending Brasil.
É claro que muitas das citações eram referentes a outras Ana Luiza, que embarcaram na onda e tiveram seus 15 minutos de fama entre os amigos mas a maioria eram postanges de pessoas sensibilizadas com a notícia que foi repercutida no meio da tarde: o sofrimento da pequena Ana havia chegado ao fim. Uma informação jogada na rede de forma insensata, leviana e mais tarde, comprovadamente mentirosa. É impressionante como ainda não estamos preparados para lidar com as redes sociais. Em pouco tempo, todos estavam retwitando uma informação, sem que alguém parasse para confirmar a veracidade. Que só foi desmentida no final da tarde, onde todos voltaram a pedir a Deus que ajudasse a criança nessa batalha injusta. Mas os boatos não acabariam por aí.
Por coincidência, ontem o Jornal da Band fez uma matéria sobre crianças que lutam contra o câncer e lá estava a Ana Luíza como personagem principal da matéria. Pela primeira vez, vi quem era. Sorriso bonito e uma vontade imensa de viver. Não teve como não chorar e lembrar de entes queridos já perdidos em lutas semelhantes. E acho q não fui só eu. Ao final da matéria, Ricardo Boechat retorna com os olhos visivelmente vermelhos. Realmente não tinha como não se emocionar.
Antes de dormir, orei, como tantos outros já fizeram, em favor a Ana Luiza e à família. Hoje de manhã, chegando ao trabalho, fui buscar informações. A primeira que recebo, é que a pequena havia tido morte cerebral. Procurei no twitter e blogs mas só tinha a seguinte mensagem: "#ForcaAnaLuiza teve noite tranquila. Nenhuma intercorrência. Pupilas continuam não reagindo. Indica coma profundo." Mas nada de morte cerebral. Mais uma vez, a falta de apuração falava mais alto e dessa vez um jornalista divulgava a informação falsa.
Não sou perfeito, mas tento fazer meu trabalho da melhor forma possível. A notícia, por mais que seja divulgada em redes sociais, não pode ser leviana. Tem que ser tratada com a mesma seriedade de outros veículos. A "liberdade" que a internet proporciona, não pode ser tratada como "libertinagem", principalmente por "profissionais" da comunicação. Tenho vários amigos que dizem: jornalista é tudo mentiroso! jornalista fala só o que lhe interessa ou o que os outros mandam! e diante dessa situação, tenho como defender a categoria? Certo que não são todos, mas sem dúvidas, são poucos os que levam a profissão a sério.
Refletindo agora, fui entender a "piada" feita na novela Insensato Coração, ontem a noite. Qdo o personagem de Cássio Gabus Mendes, uma caricatura de jornalista, pediu demissão do bar em que trabalhava com o irmão, este para lhe xingar diz: "você não se mete na minha vida seu, seu... jornalista".
Aos trancos e barrancos vamos levando! Como professor, tento fazer meus alunos refletirem sobre a qualidade da profissão que estão escolhendo. Vou tentando fazer minha parte. Sei que não vou melhorar o jornalismo mundial, nem mesmo o amazonense, mas se apenas um dos meus alunos me ouvir e não fizer as palhaçadas que muitos hoje fazem, já me sentirei realizado.
Mas deixando o jornalismo de lado e voltando a Ana Luíza. Continue lutando, levando esperança, unindo pessoas em pensamentos positivos. E quando Papai do Céu decidir que sua missão na Terra chegou ao fim, saiba que vc, em silêncio, fez muito mais!!!
#ForçaAnaLuiza Força a família!!!!