terça-feira, 17 de maio de 2011

"Quem for nivelado por baixo, terá a vida nivelada por baixo" - Alexandre Garcia

Desde sexta feira, quando o Jornal Nacional noticiou mais uma mudança na língua portuguesa, venho pensando a respeito da ladeira abaixo pela qual está indo a educação no Brasil. Daqui a pouco, aquelas fotos com escritas erradas que vemos de bares, salões, borracharias etc e que rimos tanto já não farão mais sentido.
Falar errado já não é mais "errado". Agora é inadequado.
Assim como o Alexandre Garcia, em comentário feito no Bom Dia Brasil, edição de hoje, lembrei de minhas professoras da escola. A tia Ana e a tia Lúcia que tanto se esforçaram para que aprendêssemos a falar e escrever corretamente, e agora eu adulto estou sendo "acusado" indiretamente de ser um "preconceituoso linguístico", só porque pratico com meus alunos o que aprendi na infância.
Se para o MEC as novas regras vão fazer parte da educação, porque não vai ser aplicada em vestibulares e concursos, que continuarão a cobrar a norma "culta" ou adequada, como foi classificada???
Ou seja, está gerando uma educação que mais a frente vai sofrer "preconceito" porque nenhuma empresa quer em seu quadro de funcionários alguém que não saiba se expressar corretamente.
Parece que essas medidas vêm apenas para mascarar uma realidade que ainda está longe de atingir os patamares alcançados no primeiro mundo. Obrigam as escolas a aprovarem todos os alunos e aos poucos vai adequando a língua aos baixos níveis de muitas escolas, professores e alunos.
Muito apropriada a fala do jornalista Alexandre Garcia: "Quem for nivelado por baixo, terá a vida nivelada por baixo"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quantas gramas vale uma vida???

Para quem acompanha o noticiário local, ficou sabendo do incidente que aconteceu sábado, na escola de samba A Grande Família.
Há um mês, demos início ao Forrozão da Família, para movimentarmos a quadra antes do período carnavalesco e oferecermos uma opção de lazer para o povo da Zona Leste. Mas infelizmente, o projeto que tinha tudo pra dar certo, se encerra em circunstâncias trágicas.
A festa estava bonita, casa lotada pela 1ª vez, banda tocando, do jeito que a moçada gosta. De repente, tiros na escuridão... Um corpo cai.
Apenas a dois metros de distância, meu instinto foi apenas o de correr. Assim como todos os outros presentes. Quem não correu, se jogou no chão. Se arrastando ou engatinhando entre uma população desesperada. Mulheres choravam, outras prestes a desmaiar...
Em seis anos de experiência jornalística, tive a oportunidade de cobrir vários crimes. Vi corpos jogados em valas, cobri funerais. Mas pela primeira vez estive presente no momento da morte. E foi chocante.
Ainda não consigo me acostumar com o ponto que a humanidade "evoluiu". Depois que os disparos terminaram, cinco ao todo, uma nova correria. Dessa vez, armados de celulares, todos queriam registrar o último suspiro da vítima. Ninguém procurou identificar o atirador. Atenção voltada apenas para o corpo. O assassino não teve nem dificuldade para fugir, driblando curiosos, a segurança do local, a polícia do lado de fora.
Flashes, vídeos e a banalização da vida. Antigamente, em uma situação como essa, a primeira reação era ligar para a ambulância ou para a polícia. Hoje, isso fica pra depois. Twittar um crime ou postar uma foto do morto se tornou muito mais importante.
Em poucas horas, a polícia já identificava a vítima e o possível assassino. A história já era esperada. Mais uma vítima do tráfico de drogas. Viciado, tinha dívidas com traficantes e acabou assassinado por conta disso. No mundo das drogas, quem não paga não vai pro SPC, vai para o céu (ou o inferno)...
Menos mal que o atirador entrou na quadra com a intenção de matar uma única pessoa. E cumpriu o objetivo... Mas quantos não poderiam ter sido alvejados??? Quantas gramas vale uma vida???
Como a arma entrou na quadra continua sendo um mistério. Seis seguranças, PM do lado de fora, soldado a paisana dentro da quadra e nada foi suficiente para impedir o ato.
A perícia que foi ao local informou que outro corpo estava esperando remoção no Centro da cidade. Provavelmente mais uma vítima do tráfico.
No sábado os jornais estampavam os dois crimes e mais um que havia acontecido na Zona Norte. Todos iguais. Jovens assassinados com cinco tiros. Três vítimas das drogas...
Quando paro pra analisar, acho até bom. Se todos os traficantes se matasse, o comércio chegaria ao fim. O problema é que os grandes estão longe de morrer. Morrem os aviõezinhos, morrem os pé de chinelo, morrem muito mais aqueles que não tem nada a ver com a parada.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Deixe a raiva secar...

Meus queridos leitores, desculpem por não ter postado nenhuma mensagem ontem, mas o Blogger ficou fora do ar até a manhã de hoje, mas como dizem meus alunos da Fundação Rede Amazônica: "Vamo que vamo!!!"

Como está chegando o final de semana, vou deixar uma mensagem de reflexão que recebi de uma amiga que foi morar em Natal e que achei muito interessante!!!! O autor é desconhecido.

Bom final de semana a todos e até o final do dia vou tentar postar mais alguma coisa!!!


Abraços


Deixe a raiva secar....


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.

No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
"Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.
Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
"Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa?
Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra o que a vovó falou?
Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro..
Depois fica bem mais fácil resolver tudo.
Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha..
Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão.
Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
"Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.
Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.
Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que você não fique com raiva de mim.
Não foi minha culpa."
"Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou."
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.
Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são.
Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta.
Diante de uma situação difícil. Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

União Homoafetiva e Preconceitos

Desde a decisão do STF legitimando a união homoafetiva, todos os dias surgem declarações de ambos os lados. Das mais sensatas às mais absurdas possível.
Sinceramente, sempre disse que cada um deve cuidar da sua vida da forma que acha melhor. Se a pessoa quer ser gay, problema dela. Eu escolhi ser hetero e para os grupos homossexuais isso pode parecer uma ofensa. A constituição diz que todos tem liberdade e a atual decisão reafirma isso.
Mas algumas coisas, não tem como aceitar ou ficar calado a respeito. Como exemplo, as declarações do vereador Marcel Alexandre. Ditadura gay?!? Não sabia que a decisão do STF estava obrigando alguém a virar homossexual. E olha que o vereador, apesar de ser um representante evangélico, legisla em favor da população, mas tudo bem.
Voltando a ditadura (sem conotação erótica, por favor), o vereador foi infeliz na colocação, querendo causar na opinião pública um pensamento de repressão e tortura.
Mas se o vereador errou, os movimentos também estão levando as discussões para uma espécie de fanatismo, onde qualquer pessoa de opinião contrária deveria ser executado. Dizer que o vereador é um gay reprimido é esquecer do direito que eles estão reivindicando, que é ser o que querem ser.
Não somos obrigados a aceitar tudo que surge. Não sou a favor de uma série de tribos que existem por aí e não sou a favor e acabou. É o meu pensamento. Agora dizer "o Léo não gosta porque é reprimido", faça-me o favor.... É menosprezar o meu pensamento, a minha opinião.
Temos que respeitar as diferenças, discutir as questões com seriedade. Sem falsos moralismos ou fanatismos.
Nessas batalhas ideológicas nunca teremos vencedores mas saberemos que pelo menos estamos exercendo o nosso direito à liberdade!!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Desarmamento: uma discussão longe do fim

Depois da chacina na escola em Realengo foi antecipada a campanha do desarmamento e cada vez mais entidades políticas e sociedade civil discutem o assunto. Apesar das discussões acirradas e dos milhões investidos, ainda estamos longe de ter uma sociedade segura. O desarmamento afeta o cidadão comum, que trabalha, pai de família. Os bandidos estão longe de serem desarmados. A cada dia se armam mais e prova disso é a facilidade para comprar uma arma de fogo no mercado negro. Tem de todos os preços, tipos e calibres. qualquer um pode comprar uma.
Cadê que o desarmamento chegou ao Wellington, o assassino de Realengo???
Cadê que chega aos bandidos que se proliferam pela cidade???
Em Manaus não é difícil de encontrar. Pequenos traficantes de bairros periféricos oferecem facilmente, à luz do dia. Muitas delas vão parar nas mãos de adolescentes, que cometem pequenos e grandes delitos enquanto a população sem ter como se defender, sofre revoltada.
Não quero defender que a população se arme para combater a criminalidade. Não há dúvidas que um cidadão sem preparo, manuseando uma arma, é tão perigoso quanto o bandido "tarimbado", apesar que em muitos casos, acho que o que mais revolta é o fato de não ter uma arma pelo menos para gerar o medo do inesperado no criminoso.
Mas enfim, não vou me armar, colocar em risco a minha família para cumprir um dever que é do Estado.
Minha arma é a palavra, minha reivindicação!!!
Defendo sim, que haja uma valorização da polícia. Não a polícia corrupta, que fornece arma para os bandidos, mas a polícia que levanta cedo e arrisca a vida no exercício da profissão. E essa valorização não passa apenas pela questão salarial. Passa pelas condições de trabalho, pela educação, pelo treinamento.
Enquanto não houver uma mudanças nos rumos do país, iremos nos trancafiando em nossas próprias casas, rodeados por muros imensos, com medo de sair, ou seja, presos como se o bandido fossemos nós!!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Descaso com merenda escolar é denunciado no Fantástico. E qual é a novidade???

Entre repercussões da morte do Bin Laden (que ninguém aguenta mais, mas que a cada minuto surge algo novo) e como Zeca Camargo e Renata Ceribelli vão perder peso, a matéria de destaque do domingo foi o descaso com a merenda escolar em cinco estados brasileiros. O que deve ter de prefeito dando graças a Deus pela matéria ter passado longe da sua cidade...

Mas o incrível é como uma pauta antiga, de conhecimento de todos, consegue revoltar a população como se estivesse sendo feita pela primeira vez. Em vários sites que visitei hoje, todos davam destaque ao “absurdo” de servirem comida estragada para as crianças.

Parando pra pensar, o que mais revolta não é o desvio de dinheiro, o descaso com a merenda, saber quantas crianças adoecem por causa da comida estragada, enfim tantos pontos que poderia ficar tratando por linhas e linhas, mas o que mais me revolta é saber que isso está longe de mudar. E está longe de mudar porque a corrupção no país é tão grande que casos como esse em dois, três dias são substituídos por outros escândalos.

Como exemplo, o prefeito de uma das cidades do interior baiano. Foi preso por desviar dinheiro da merenda escolar, passou dois dias preso e voltou a administrar a cidade. Cadê o Ministério Público? Cadê o Ministério da Educação? Cadê os vereadores da cidade??? Ninguém aparece porque é mais fácil se omitir, fazer de conta que nada de errado acontece. Cada um vai mordendo um pedaço, e te garanto que esse pedaço não está estragado!!!

Não podemos esquecer que esses mesmos políticos pilantras são aqueles eleitos pelo povo. Aqueles que foram escolhidos para atender aos anseios da população.

A cada pleito jogamos nosso futuro no lixo. Enquanto trocamos nosso voto por gasolina, rancho, cinqüenta reais nossos filhos vão aprendendo que no país do futuro, o futuro é a morte!!!

Será que foi apenas insatisfação???

Ao acompanhar as informações sobre o tumulto e quebra quebra provocado por candidatos que iriam realizar as provas do Manaustrans neste final de semana, fiquei me perguntando se realmente era necessária tanta confusão. Tá certo que revolta você pagar a inscrição, se preparar para uma prova, fazer cursinho, acordar cedo pra fazer a prova e tudo mais e na hora acontecer atrasos que comprometem a credibilidade do certame, mas não é na base da porrada que as coisas se ajeitam.

Até onde se justifica ameaçar, agredir física e moralmente as pessoas que estavam lá trabalhando, para fiscalizar o andamento da prova??? Quebrar uma sala de aula resolveu o caso???

A cada dia vamos vendo atos de selvageria que mostram que em pouco tempo estaremos vivendo como se estivéssemos em Mad Max (filme estrelado por Mel Gibson, em 1979, onde gangues disputavam o poder e aterrorizam as pessoas com armas e violência). E de que lado vamos nos encaixar??? Nos que metem medo ou nos que são amedrontados???

A história ainda está muito mal contada. Será que foi apenas insatisfação de candidatos ou existe alguma motivação política por trás??? Por que um candidato invadir a sala e “roubar” uma cópia da prova das mãos de um fiscal???

São perguntas que ficarão sem respostas... Ou não!!!!