quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Difícil Arte de Perguntar...


Alguém já parou pra pensar qual a maior ferramenta do jornalista? Alguns poderão responder que é a credibilidade. Outros estudiosos irão dizer que é a criatividade.
Para uns mais leigos, a resposta será: o papel e a caneta. Qual a resposta certa? Pra mim é a curiosidade. Jornalista que não é curioso, não é jornalista. Ser jornalista é muito mais que chegar na pauta, fazer uma pergunta e ir embora. É preciso pesquisar. É preciso procurar. É preciso ler. Acho que a maior vergonha para o jornalista é estar em uma pauta que ele não tem a menor noção do que está falando... Em casos assim, o mico é certo... É cada pergunta bomba que o próprio entrevistado fica com vergonha... O engraçado é que tenho uma filha de 4 anos. Ela está no auge da curiosidade. E vive perguntando... Pq o céu é azul? Pq o sol é quente? Como os peixes respiram embaixo d'água? Questionamentos que toda criança em algum momento da vida, acaba fazendo. E às vezes, na externa, quando vejo uma pergunta lesa, eu lembro da minha filha e me pergunto: pq perdemos a curiosidade da infância??? Aonde foram parar aquelas perguntas que modificavam o nosso mundo??? Hj, muitos jornalistas, perguntam por perguntar. Pra não ficar feio diante de outros colegas. Aí saem pérolas como essas: Matéria de velório, mãe chora sobre o caixão do filho e o repórter pergunta: como vc está se sentindo? Ela deveria responder: estou feliz, finalmente esse traste morreu... Outra situação: antes de começar uma
partida de futebol. Repórter em campo com o jogador: E aí, qual a expectativa pro jogo? Até imagino o Romário respondendo: É pexe, a gente treinou firme pra poder perder o jogo, afinal a partida não tem importância e eu quero sair logo daqui pra pegar umas cachorra lá na praia. Aí, depois da vitória, o repórter ainda pergunta: E aí Romário, feliz com a vitória???? Não pexe, a gente treinou tanto pra perder. Sair com a vitória deixou o time decepcionado...
É pessoal, fazer uma pergunta inteligente é difícil. Demanda tempo, pesquisa, conhecimento do assunto. Parece uma paradoxo, mas no jornalismo, é se preparando que a gente aprende a perguntar...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quando o jornalismo sobe à cabeça

Sou recente na profissão. Apenas seis anos de exercício. E desde os tempos de faculdade, sempre procurei me inspirar em grandes jornalistas e profissionais da imprensa.
Conhecer a saga de Phelippe Daou e Milton de Magalhães Cordeiro para fundar a TV Amazonas, O Calderaro com a TV A Crítica sempre foi fascinante. Ver algns profissionais atuando na rua,
também colaborou com o meu aperfeiçoamento profissional. Jornalistas como Arnoldo Santos, Yano Sérgio e Cristóvão Nonato pra mim, dentro da televisão, eram o espelho a ser seguido.
E quis Deus que eu tivesse a oportunidade de trabalhar com os três. Oportunidade de ver que além de excelentes profissionais, são excelentes pessoas. Amigos mesmo!!!
Mas hoje, infelizmente, o jornalismo já não é mais assim. A maioria procura o sucesso fácil, a grana fácil, o reconhecimento fácil. Ninguém mais quer "fazer" o jornalismo mesmo.
Querem mesmo é a FAMA. Como se a função do jornalista fosse virar celebridade. Quando eu era pequeno, todos queriam ser médicos, advogados, engenheiros. Hoje, todos querem aparecer na TV. E o jornalismo se tornou o caminho mais fácil.
Como resultado, nós temos uma porção de pessoas trabalhando na área, mas sem nenhum comprometimento com a profissão, com a notícia, com o telespectador.
Nas externas, aquela boa camaradagem que existia entre os repórteres, aos poucos vai sumindo. Quando comecei, antes da coletiva o papo corria solto. Hoje, tem reporter que chega ao local, entra, faz a materia e não dá nem bom dia.
Muitas estrelas brilhando na terra, que pisam no chão apenas porque não sabem voar.
O duro é saber que essas "estrelas" ainda vão brilhar por muito tempo e influenciar negativamente a geração que ainda vai entrar no mercado.
A mim, resta curtir os bons momentos que ainda existem. A amizades que foram construidas e solidificadas ao decorrer do tempo e contribuir, da forma que posso pra manter os futuros profissionais com os pés no chão.
"Acorda Alice!!! Esse texto poderia ser pra qualquer um... esse texto pode ser pra vc!!!"