terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quando o jornalismo sobe à cabeça

Sou recente na profissão. Apenas seis anos de exercício. E desde os tempos de faculdade, sempre procurei me inspirar em grandes jornalistas e profissionais da imprensa.
Conhecer a saga de Phelippe Daou e Milton de Magalhães Cordeiro para fundar a TV Amazonas, O Calderaro com a TV A Crítica sempre foi fascinante. Ver algns profissionais atuando na rua,
também colaborou com o meu aperfeiçoamento profissional. Jornalistas como Arnoldo Santos, Yano Sérgio e Cristóvão Nonato pra mim, dentro da televisão, eram o espelho a ser seguido.
E quis Deus que eu tivesse a oportunidade de trabalhar com os três. Oportunidade de ver que além de excelentes profissionais, são excelentes pessoas. Amigos mesmo!!!
Mas hoje, infelizmente, o jornalismo já não é mais assim. A maioria procura o sucesso fácil, a grana fácil, o reconhecimento fácil. Ninguém mais quer "fazer" o jornalismo mesmo.
Querem mesmo é a FAMA. Como se a função do jornalista fosse virar celebridade. Quando eu era pequeno, todos queriam ser médicos, advogados, engenheiros. Hoje, todos querem aparecer na TV. E o jornalismo se tornou o caminho mais fácil.
Como resultado, nós temos uma porção de pessoas trabalhando na área, mas sem nenhum comprometimento com a profissão, com a notícia, com o telespectador.
Nas externas, aquela boa camaradagem que existia entre os repórteres, aos poucos vai sumindo. Quando comecei, antes da coletiva o papo corria solto. Hoje, tem reporter que chega ao local, entra, faz a materia e não dá nem bom dia.
Muitas estrelas brilhando na terra, que pisam no chão apenas porque não sabem voar.
O duro é saber que essas "estrelas" ainda vão brilhar por muito tempo e influenciar negativamente a geração que ainda vai entrar no mercado.
A mim, resta curtir os bons momentos que ainda existem. A amizades que foram construidas e solidificadas ao decorrer do tempo e contribuir, da forma que posso pra manter os futuros profissionais com os pés no chão.
"Acorda Alice!!! Esse texto poderia ser pra qualquer um... esse texto pode ser pra vc!!!"

2 comentários:

  1. Ainda bem que é Alice...rsrs
    Mas falando sério, Leonardo, concordo com você e penso que estejamos vivendo a pior fase da safra de jornalistas recém-saídos das aulas de conhecimentos sobre ética, que fazem burrada atrás de burrada.
    Nós, que trabalhamos com um público tão específico, que é o de crianças em situação de rua, observamos repórteres que parecem desconhecer a existência de uma legislação que ampara crianças e adolescentes, que não podem, nem devem ser expostas a situações vexatórias. O que ocorre, desumanamente, é justamente o contrário...para estes, o fim justifica o meio e que se danem princípios, compaixão, leis...
    É um lamento, é revoltante, mas é a mais pura verdade: a tendência é que nossa profissão se torne mesmo uma ferramenta política e midiática, pura e simplesmente.

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  2. Triste ler e saber que isso existe... Logo eu uma mera estudante desta aerea ainda! E em minhas poucas palavras espero que bons profissionais aparecam pra fazer a diferença! E que esses excelentes que já estão no mercado continuem servindo de inspiração para os que começam agora...

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