sexta-feira, 3 de junho de 2011

Para onde vai a "veia jornalística" quando nos cansamos???

Depois de um tempinho ausente, minha amiga Lauristela Rocha me incentivou a não abandonar a idéia de compartilhar pensamentos pela internet, então estou voltando.... =D. Aproveito pra recomendar o blog da Lauris http://laurisjournalist.wordpress.com/ !!!!

Vou dedicar este post centenas de amigos jornalistas e estudantes de comunicação. Não vou citar nomes e queria que cada um refletisse se não se encaixa nas situações. Vamos lá???


Quando estamos na fase de estudante de comunicação, nos tornamos completamente críticos. Parece que aquela caixa mágica chamada TV, se transforma no inimigo público nº 1 da sociedade! Tudo parece ser feito com segundas intenções, nada presta, tem mil e uma falhas, até aqueles apresentadores que pareciam perfeitos, tem seus defeitos revelados em sala de aula. Então, passamos para o segundo estágio: "Quando estiver no mercado vou fazer tudo diferente. Vou inovar!!!".
Finalmente chega o momento... entramos para o mercado, começamos a trabalhar e vamos vendo na prática que fazer o novo não é tão fácil. Não depende só da gente.
Entre a fase de empolgação pela nova vida e a acomodação com o que existe, vão alguns anos. Mas adianto,não são muitos.... Incrível como conseguimos nos adaptar tão rápido ao errado. Parece ser mais fácil.
E é a partir da acomodação que chegamos ao grande problema do jornalismo atual, principalmente aqui no Amazonas, onde acompanho a realidade de perto.
Os erros se multiplicam mais rápido que um Gremlin molhado... (se você que está lendo isso não sabe o que é um gremlin, entre em www.google.com e digite Gremlin, trabalho de produtor... deixa de preguiça rsrsrs)
Mas voltando ao assunto vamos tratar da produção da matéria: a pauta. No dia que encontrar um repórter em externa e este falar bem da pauta, pode preparar para o Apocalipse. É na espera pelo entrevistado que aquele amontoado de folhas, muitas vezes com informações desnecessárias e desconexas, apenas Copiadas e Coladas do Google, se torna alvo da conversa. Que geralmente dura poucos minutos, quando percebe-se que em todas as redações é igual.

E nos conformamos com isso.

Na hora da matéria, cada um vai seguindo o seu pensamento, a ideologia da empresa e a tal neutralidade jornalística, tão pregada nas universidades e defendida nas aulas de ética, vai ficando de lado. Isso quando o repórter já não chega para a matéria com o propósito de falar apenas sobre um único aspecto (geralmente falar mal), por mais que surjam outros pontos até mais interessantes.

Uma prova disso aconteceu hoje de manhã. A prefeitura de Manaus reuniu os secretários, empresários, sociedade e imprensa para apresentar o Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Manaus. Diversos secretários compunham a mesa, como Meio Ambiente, Infraestrutura, Limpeza Pública entre outros. O prefeito também estava presente e discursou por quase 20 minutos. Ao final, se levantou e não deu declarações à imprensa.

Chegou a ser cômico ver a cara de indignação dos repórteres. Um ainda falou para o cinegrafista: “E agora?? Derrubo a matéria??? Sem a sonora do prefeito a matéria não rende...”

Caramba, o prefeito era apenas um dos personagens que poderiam ser ouvidos na matéria. Havia muitos outros, mas a limitação e a acomodação impedem alguns de olharem mais a frente, de contornar situações inusitadas.

Outro falou: “Poxa, vim fazer a matéria pra tratar do IPTU”. Quem parar para saber o que é o SIG vai perceber que a colaboração para a cobrança do IPTU é o ponto menos importante de todo o trabalho. O sistema, principalmente, vai possibilitar o crescimento ordenado da cidade. Vai acabar com a desculpa de governantes que sempre falaram que não fizeram porque não tinham conhecimento. Mas parece que para a maioria dos repórteres só interessava falar do tal IPTU.

Essa limitação acaba prejudicando a informação e quem perde é a sociedade. Se a pessoa já cansou da vida de jornalista (o que é mais comum do que se pensa) por que não vai tentar outra coisa???

Enquanto isso, os novatos vão se contaminando, aprendendo que o errado é o certo... que a hora do almoço é mais importante que a notícia completa, que ouvir outros “lados” da história dá muito trabalho...

E ainda nos achamos preparados para cobrir uma Copa do Mundo. Será que estamos mesmo???

Um comentário:

  1. Léo obrigada por citar meu nome e que bom tê-lo motivado a voltar a escrever neste espaço bacana criado por ti, achei o texto importante afinal nos leva a reflexão da prática jornalística hoje em nossa cidade, esses estágios existem mesmo, mas se persarmos que "SER JORNALISTA É SER ÚTIL A SOCIEDADE" muitos erros seriam minimizados. Agora se o cabra sai da universidade e sometimes tem essa postura imagina o que não passou pela Universidade? é preciso pensar sempre antes de agir,concordo com tudo que foi dito só uma observação cansar é natural desistir jamaissss, bjim Lauris

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