segunda-feira, 27 de junho de 2011

Acredito...

Esse texto foi escrito pela minha aluna Vilânia Amaral, do curso de Radio e Tv da Fundação Rede Amazônica e achei muito interessante a ponto de publicá-lo aqui.

É uma boa reflexão, para começarmos bem a semana!!!

Valews pela autorização Vi!!!!


Eu acredito nas pessoas, em suas palavras e gestos. Acredito em valores como a verdade, a justiça, o comprometimento e a fé. Acredito que quando você quer algo com vontade e pisa no chão com força e deseja profundo. Quando suas armas são brancas e seu jogo é limpo. Quando mais do que apenas superar o outro, em uma atitude infantil e mesquinha, você procura superar a si mesmo. Quando você anda com a cabeça erguida e o peito aberto. Quando mostra o rosto sem mascaras e não usa rodeios. Quando trás seus sentimentos entre as mãos e não apenas escondidos no peito. Quando não tem medo da verdade e por não temê-la a usa como escudo em batalhas sujas. Quando é maduro o suficiente para aceitar seus defeitos, mas jovem o suficiente para não deixar de lutar contra eles em uma busca continua e sem fim. Quando não são apenas suas palavras, mas suas ações que te caracterizam. Quando fica mudo por sabedoria e não apenas por não saber o que falar. Quando o fato de ser amigo de alguém não lhe impede de lhe dizer a verdade. Quando reconhece que para se estar certo a última palavra não precisa ser sua. Quando uma noite em claro não é uma noite perdida, mas apenas um momento no espaço em que você desce da montanha russa para refletir. Quando percebe a sabedoria de seu velho pai e reconhece que só o que ele fez foi lhe dar bons conselhos sobre a vida. Quando tropeços não são mais frustrações, mas apenas formas de enxergar as coisas sob outras perspectivas. Quando as melhores palavras são ditas no silêncio. Quando as maiores verdades não são ditas ao vento. Quando você sente que não se arrependeria de nada se nesse exato momento parasse de respirar. Quando tudo isso acontecer sua alma inquieta vai entender que valeu a pena tentar. Há um mundo lindo lá fora e esse mundo está a espera de que sua estrela comece a brilhar.

Na fé..

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Profissão: POLÍTICO

Não é de hoje que sabemos que umas das “profissões” mais rentáveis no Brasil é a de político. Mas a matéria de A Crítica nesse final de semana deu números a essa rentabilidade. Quem em quatro anos passa de “míseros” R$ 77 mil reais para quase R$ 800 mil? Ou melhor, passa de R$ 4 milhões para R$ 16 milhões???

É uma profissão fantástica. Por isso que a cada ano são mais e mais candidatos. Líderes estudantis que surgem apenas para se promover, apresentadores de TV, empresários, blogueiros... os fins são sempre os mesmos para a maioria: entrar no “seleto” time de políticos e conseguir uma estabilidade financeira.

Fazendo uma continha rápida para as próximas eleições, devemos ter quantos pré-candidatos?? No mínimo uns 10. Claro, que ainda vão ser feitas as “costuras” políticas, mas o interesse é tão grande em comandar a cidade durante a Copa que mesmo faltando um ano para o início da campanha, as brigas e discussões envolvendo políticos do mesmo partido já começaram. Será que eles querem apenas “ajeitar” a cidade pra Copa ou morder um “pouquinho” do dinheiro que vem pra cidade???

Enquanto isso, a população vai servindo de massa de manobra. Iludindo-se com a falsa sensação de que temos alguém pra atender os nossos interesses.

Os bastidores do jornalismo na invasão José Alencar


Acompanhar de perto todo o caso da invasão José Alencar, rendeu muitas histórias, envolvendo principalmente a imprensa. Alguns episódios são dignos de comédia. Nem mesmo eu consegui escapar dessas furadas.

Na segunda feira passada, foram várias. Vamos lá.

Ao chegar à invasão, junto com a equipe da SEMCOM, fomos conversar com os líderes. Claro que estávamos preocupados com a nossa integridade física. Afinal, “representávamos” a prefeitura e o que mais os invasores queriam era encontrar alguém do poder público, para que pudessem dar uma solução. Logo na entrada fomos abordados por alguns invasores e veio a tradicional pergunta: “De onde vocês são?”. Como sempre falamos que fazemos parte de um órgão de comunicação e que enviamos nossas matérias a todos os veículos de TV e impresso (o que não é mentira). Fomos autorizados a entrar, mas a sensação de alívio passou rápido. Foi só chegar perto do grupo, cerca de 400 pessoas, que um indivíduo sai lá do meio da multidão e dispara: “Ei pessoal, abram passagem que chegou a equipe da SEMCOM, é a moçada do prefeito...” Pronto! O disfarce tinha ido por água abaixo. Momentos de tensão!!! Mas diferente, do que esperávamos, não fomos tratados com rispidez.

Vou falar com Paulino, um dos líderes da invasão e pergunto: “O que vocês pretendem fazer, agora que o juiz decidiu que devem sair daqui?”. Então ele se dirige aos invasores e diz: “Olha aí pessoal, o repórter quer saber se vamos sair daqui.” Aí ele vira pra mim novamente e pergunta: “Sair daqui, onde?”. Nunca o cérebro trabalhou tão rápido. A vontade era dizer “aqui da invasão”, mas na hora do cagaço saiu apenas: “Aqui, da José Alencar”. Ufa... era o q faltava para ser aceito entre os invasores. O líder voltou ao seu público: “Ahhhhhhh, ele está se referindo ao BAIRRO José Alencar”, e todos aplaudiram....

Ânimos exaltados, mulheres grávidas, crianças chorando, ameaças, mas quando tudo parecia tranqüilo, lá chega a TV A Crítica. Os repórteres da emissora (TV e impresso) já haviam sido “expulsos” do local e a repórter do jornalismo da TV nem se atreveu a chegar perto. Gravou a passagem a quase dois quilômetros de distância. Mas eis que surge a equipe do Alô Amazonas, devidamente paramentados com colete a prova de balas e bota sete léguas. Foi o estopim para o fim da paz entre imprensa e invasores. Nessa hora todo mundo é nivelado, e o pior é que é por baixo. Berros de que a imprensa não prestava, distorcia as informações, era mentirosa.

Em pouco tempo, a repórter foi cercada pelos invasores. Em vão, tentava a todo custo, convencê-los que ela estava ali para mostrar o lado deles. Foi preciso um representante da SEMMAS conter os ânimos para que a equipe não fosse agredida. Na ponta extrema a toda essa confusão, todos os outros repórteres se espocavam de rir. A cena era hilária mesmo....

Ao logo do dia foram mensagens e mais mensagens pelo twitter. Gracinhas e piadinhas a respeito da nova moda lançada na invasão, e que parece se espalhar pelo país, já que na edição de hoje do Bom Dia Brasil, um analista em segurança pública fez uma participação no jornal, falando ao vivo do Morro da Mangueira (pacificado ontem) com um coletão bonito, azul anil, paramentado como se estivesse em zona de guerra. Já não estava pacificado, por que o colete??? É cada uma...

Mas voltando aos casos do jornalismo baré, sexta feira mais histórias. Era o dia da reintegração. Nervos a flor da pele. Todos os veículos estavam lá. Alguns ainda dormiram na invasão, esperando que o papoco estourasse logo cedo. Pra jornalista, quanto maior a desgraça, maior é a audiência. E não venham com o falso moralismo dizendo que não é bem assim, porque é... o público gosta de ver sangue, confusão... Mas não foi bem assim que a história desenrolou.

A polícia iniciou a operação por volta das 9h. Sol escaldante, floresta extremamente úmida... desmancha maquiagem, desmancha cabelo. As belas repórteres vão se desmontando e em pouco tempo, nem pareciam tão belas rsrsrsrs Mas enfim... de repente, aparece um helicóptero preto, traços dourados, ninguém sabia quem era. Para espanto geral, era nada mais, nada menos que o repórter da Voz da Esperança... que chique neh? Repórter chegar na invasão de helicóptero. Mais uma vez, caiu na boca da imprensa, já cansada de esperar pela ação e sem nada pra fazer...

E quando só o que resta é esperar, a conversa rola solta. Em um grupo de repórteres femininas, ouvi relatos sobre novos produtos eróticos, todos testados durante o dia dos namorados. Óleos que aumentam a libido, o prazer, e até aceleram o orgasmo. “Amiguinhos” que vibram, de borracha, de plástico... Eita povinho bem informado essas meninas...

E tudo sendo socializado em plena invasão, enquanto a polícia decidia se entrava ou não...

Bom, a invasão acabou, mas as histórias serão temas de vários e vários encontros entre os jornalistas que por lá passaram.... E olha que essas não são nem a metade!!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Os órfãos da invasão José Alencar


Manaus, junho de 2011. Mais um mês que vai ficar marcado pelo conflito de terras em uma cidade que cresceu à base da invasão e que ainda cresce dessa forma... Ontem, fazendo uma reportagem na invasão José Alencar, fiquei impressionado com algumas coisas que aconteceram.

Primeiro: a quantidade de mulheres e crianças. Todas colocadas a frente. Uma intenção clara de mostrar à imprensa toda a “fragilidade” das pessoas que estão lá.

Segundo: cerca de 400 pessoas reunidas, cantando o Hino Nacional, louvores e músicas religiosas. Uma forma de mostrar à sociedade que ali, acima de tudo, estão cidadãos e filhos de Deus.

Terceiro: a determinação de todos em lutar pela terra invadida. A prefeitura ofereceu caminhões para remover aqueles que estivessem dispostos a sair e até o final da manhã, ninguém cedeu. Mostra que eles estão unidos e realmente determinados a permanecer no local e ir para o confronto direto se for necessário.

Por último e a que mais me impressionou: não apareceu um político querendo apadrinhar os invasores, como já aconteceram muitas e muitas vezes. Nem vereador, nem deputado, nem apresentador de programa sensacionalista com fim eleitoreiro, ninguém...

Será que nossos políticos criaram uma consciência de que a cidade não comporta mais esse tipo decrime? De que defender invasores é o mesmo que defender criminosos??? Pode até ser, mas infelizmente, não consigo ser tão otimista...

Acredito que a “omissão” (já que não ouvi rumores de ninguém se pronunciando contra) seja porque defender a invasão é se posicionar contra o governo, tanto o municipal quanto o estadual. Se realmente fossem contra, os discursos seriam mais enérgicos. Fariam mais barulho. Mas também, quem quer perder o voto de 1452 famílias que estão morando no local???

No jornal de hoje, mais uma denúncia de invasão, agora no Santa Etelvina. Começo tímido, apenas com 40 famílias. Número bem menor que a invasão José Alencar, que já começou com centenas de moradores. Mas nas duas um fato curioso: ambas surgem em um período de discussão sobre o Plano Diretor da Cidade de Manaus, onde o poder público começa a redefinir as formas de ocupação urbana. Como ficam as discussões com esses novos dados???

Mas voltando à José Alencar, acho muito difícil retirar os moradores do local. Vai ser necessário muito planejamento e a certeza de que é preciso ir às últimas conseqüências, tanto para retirar quanto para evitar que voltem. Será que alguém está disposto a assumir a bronca das mortes que acontecerão???

Sei que uma coisa é certa, quando morrer o primeiro, todos esses que se omitiram vão aparecer na mídia e dizer: “É um absurdo. Ali morreu um pai de família, que só queria conquistar um pedaço de chão!!!”

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Para onde vai a "veia jornalística" quando nos cansamos???

Depois de um tempinho ausente, minha amiga Lauristela Rocha me incentivou a não abandonar a idéia de compartilhar pensamentos pela internet, então estou voltando.... =D. Aproveito pra recomendar o blog da Lauris http://laurisjournalist.wordpress.com/ !!!!

Vou dedicar este post centenas de amigos jornalistas e estudantes de comunicação. Não vou citar nomes e queria que cada um refletisse se não se encaixa nas situações. Vamos lá???


Quando estamos na fase de estudante de comunicação, nos tornamos completamente críticos. Parece que aquela caixa mágica chamada TV, se transforma no inimigo público nº 1 da sociedade! Tudo parece ser feito com segundas intenções, nada presta, tem mil e uma falhas, até aqueles apresentadores que pareciam perfeitos, tem seus defeitos revelados em sala de aula. Então, passamos para o segundo estágio: "Quando estiver no mercado vou fazer tudo diferente. Vou inovar!!!".
Finalmente chega o momento... entramos para o mercado, começamos a trabalhar e vamos vendo na prática que fazer o novo não é tão fácil. Não depende só da gente.
Entre a fase de empolgação pela nova vida e a acomodação com o que existe, vão alguns anos. Mas adianto,não são muitos.... Incrível como conseguimos nos adaptar tão rápido ao errado. Parece ser mais fácil.
E é a partir da acomodação que chegamos ao grande problema do jornalismo atual, principalmente aqui no Amazonas, onde acompanho a realidade de perto.
Os erros se multiplicam mais rápido que um Gremlin molhado... (se você que está lendo isso não sabe o que é um gremlin, entre em www.google.com e digite Gremlin, trabalho de produtor... deixa de preguiça rsrsrs)
Mas voltando ao assunto vamos tratar da produção da matéria: a pauta. No dia que encontrar um repórter em externa e este falar bem da pauta, pode preparar para o Apocalipse. É na espera pelo entrevistado que aquele amontoado de folhas, muitas vezes com informações desnecessárias e desconexas, apenas Copiadas e Coladas do Google, se torna alvo da conversa. Que geralmente dura poucos minutos, quando percebe-se que em todas as redações é igual.

E nos conformamos com isso.

Na hora da matéria, cada um vai seguindo o seu pensamento, a ideologia da empresa e a tal neutralidade jornalística, tão pregada nas universidades e defendida nas aulas de ética, vai ficando de lado. Isso quando o repórter já não chega para a matéria com o propósito de falar apenas sobre um único aspecto (geralmente falar mal), por mais que surjam outros pontos até mais interessantes.

Uma prova disso aconteceu hoje de manhã. A prefeitura de Manaus reuniu os secretários, empresários, sociedade e imprensa para apresentar o Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Manaus. Diversos secretários compunham a mesa, como Meio Ambiente, Infraestrutura, Limpeza Pública entre outros. O prefeito também estava presente e discursou por quase 20 minutos. Ao final, se levantou e não deu declarações à imprensa.

Chegou a ser cômico ver a cara de indignação dos repórteres. Um ainda falou para o cinegrafista: “E agora?? Derrubo a matéria??? Sem a sonora do prefeito a matéria não rende...”

Caramba, o prefeito era apenas um dos personagens que poderiam ser ouvidos na matéria. Havia muitos outros, mas a limitação e a acomodação impedem alguns de olharem mais a frente, de contornar situações inusitadas.

Outro falou: “Poxa, vim fazer a matéria pra tratar do IPTU”. Quem parar para saber o que é o SIG vai perceber que a colaboração para a cobrança do IPTU é o ponto menos importante de todo o trabalho. O sistema, principalmente, vai possibilitar o crescimento ordenado da cidade. Vai acabar com a desculpa de governantes que sempre falaram que não fizeram porque não tinham conhecimento. Mas parece que para a maioria dos repórteres só interessava falar do tal IPTU.

Essa limitação acaba prejudicando a informação e quem perde é a sociedade. Se a pessoa já cansou da vida de jornalista (o que é mais comum do que se pensa) por que não vai tentar outra coisa???

Enquanto isso, os novatos vão se contaminando, aprendendo que o errado é o certo... que a hora do almoço é mais importante que a notícia completa, que ouvir outros “lados” da história dá muito trabalho...

E ainda nos achamos preparados para cobrir uma Copa do Mundo. Será que estamos mesmo???