terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Vergonha de alguns jornalistas...


O texto de hoje vou direcionar àqueles que trabalham na/com imprensa. Jornalistas, assessores, relações públicas, enfim, todos aqueles que trabalham com a informação para a grande massa.
É incrível como alguns (e cresce a cada dia) jornalistas não conseguem entender o que uma assessoria responde. É uma total falta de coerência nas perguntas, manipulação das respostas que são dadas, distorção de fatos e no final a pessoa escreve aquilo que ela quer.
A minha indignação também cresce a cada dia e cada vez mais concordo que faço parte de uma classe que só vem piorando, infelizmente.
Ontem, um jornalista do caderno de Cidades do jornal A Crítica, me ligou para saber como as escolas de samba faziam para garantir a segurança das pessoas que frequentavam os ensaios técnicos nas quadras.
Disse a ele que responderia pela escola de samba A Grande Família. Lá, envíamos ofício à Secretária de Segurança Pública, ao Comando de Policiamento da Zona Leste (CPA Leste), Manaustrans e SMTU, quando necessários. Além disso, para os eventos dentro da quadra, tinhamos uma empresa de segurança responsável pelas revistas e a manutenção da ordem.
Não satisfeito, ele tentou induzir que a responsabilidade pelas duas mortes que aconteceram no final de semana, perto das escolas Grande Família e Reino Unido, eram culpa das escolas que não ofereciam segurança aos brincantes.
Agora eu pergunto: quem é responsável pela segurança da populaçao?
Ele ainda me perguntou se a escola não iria emitir nenhuma nota pelo fato da morte ter acontecido perto da quadra. Já pensou se fossemos fazer isso com cada pessoa que morresse na zona leste?
Não discordo do posicionamento da Reino Unido em cancelar o desfile, até mesmo porque a pessoa era membro da comunidade (pelo menos foi o que me falaram), mas no caso da Grande Família, nem sabíamos quem era a pessoa. Só ficamos sabendo que era uma provável execução por causa de drogas. Mas enfim, cada caso é um caso...
Mesmo assim, mantive o discurso que ele poderia aprofundar a matéria questionando os órgãos responsáveis, como a PM. Mas o que ele fez? Entrou em contato com o presidente da AGEESMA, Elimar Cunha, e manteve o mesmo discurso de que a culpa era das escolas.
Na ediçao de hoje, a matéria AGEESMA VAI DISCUTIR SEGURANÇA mostra que o trabalho do jornalista continua mal feito, mal apurado, mal redigido. O cara já começa falando que dois assassinatos aconteceram durante os ensaios técnicos. Primeiro: a Grande Família estava realizando um evento dentro da quadra, não tinha nenhuma atividade externa. A Reino Unido ainda nem tinha começado o ensaio, tanto que foi cancelado.
Segundo: a questão da segurança ao redor das escolas, como fazer? Volto a repetir: é questão com a segurança pública, com a PM.
Imagine a situação: matam uma pessoa em frente à minha casa. Eu vou ser responsabilizado? Eu vou ter que garantir a segurança das pessoas que passam pela rua??? É claro que não. E é esse bom senso que está faltando a muito jornalista.
Na verdade, o que esse repórter fez foi um desserviço ao carnaval. Eu nem me lembro qual foi o último final de semana que não teve assassinato na zona leste. Mas basta chegar o carnaval que alguns pseudo-reporteres começam a associar a criminalidade com a escola.
Apuração jornalística e relatar a verdade dos fatos são obrigações do profissional da imprensa. Quem não faz isso, tá errado.
Agora há pouco, ligaram aqui pra SEMCOM perguntando se a prefeitura tem alguma parceria com pixadores. Putz, o produtor nem sabe a diferença de grafiteiro pra pixador. Como vai sair uma boa matéria???
Como converso com meu amigo Arnoldo Santos. A gente é obrigado a ouvir tanta pergunta retardada que um dia escreveremos um livro reproduzindo essas conversas. Aí vocês vão ver que não estou exagerando....

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